Sábado, 02 de fevereiro de 2013, Belo Horizonte. “Dando início aos shows no palco amarelo, a utopia psicodélica do 7 Estrelo!”, exclamou Paloma Parentoni, apresentadora das atrações do segundo palco da festa S.E.N.S.A.C.I.O.N.A.L. 4, ao anunciar a participação do duo no evento. O anúncio ocorreu por volta das 16 horas do dia nublado, porém quente, cuja temperatura alertava para uma forte chuva que mais tarde refrescaria o ambiente. Uma Savassi diferente, sem veículos em dois dos quarteirões mais transitados por rodas na cidade, fechados para receber cerca de 20 mil pessoas para prestigiarem os shows de 12 bandas em dois palcos.
No cruzamento entre as ruas Getúlio Vargas e Fernandes Tourinho, o palco denominado “amarelo” estava erguido para seis atrações, sendo o 7 Estrelo a banda de abertura do espaço. Oportunidade inédita para o duo e som inédito para grande parte do público esperado, que estaria vendo pela primeira vez dois caras “mascarados” que fazem música eletrônica com sintetizadores, baixo, guitarra e flautas. André Lanari e Bruno Tonelli subiram ao palco para uma apresentação dos seis anos da união, com um set formado por músicas dos três discos lançados. A presença (ainda) tímida do público não desanimou o duo, que demonstrava a animação e a ousadia de sempre. O mistério poético da faixa “Mundos Infinitos” abriu o show, despertando olhares fixos. O trecho “que as janelas se abram para a música das estrelas” seguido do solo de flauta chamou a atenção e aguçou a curiosidade do público. A explosão bilíngüe de “Longe Estou/Far Away” deu continuidade e a visão do entorno já não era de um público estático e sim, mais solto, permitindo movimentos corporais. A identificação com o trabalho aumentou ao ser anunciada “uma homenagem ao cantor Alceu Valença”, quando a versão dançante de “Dia Branco” contagiou a plateia, a essa altura mais cheia e colorida.
O som feito no palco amarelo parece, de repente, ter se propagado com mais veemência para os outros pontos da festa, atraindo cada vez mais pessoas. Com público mais denso e à vontade, o lado rock’n’roll dos músicos foi colocado à mostra na performance ácida de “As Leis de Um Tambor”, com direito a interação com a galera, guitarra tocada com os dentes e a intervenção inusitada de um grupo de homens fantasiados de mulheres – cena tipicamente carnavalesca. Um dos pontos altos do show. Com horário a cumprir, de modo a não comprometer o andamento da programação, o duo anunciou que o fim estava próximo, no melhor dos sentidos, e deixou sua mensagem de amor ao planeta expressado na faixa “Terra Vive”. Após a meditação psy, o público pedia em coro por “mais um! mais um! mais um!”, pedido atendido sob a condição de que todo mundo pulasse com a próxima música. Não foi difícil sair do chão com as batidas contagiantes de “Como a Lua, o Sol e o Mar”. Os minutos seguintes ainda renderam um bônus, para a alegria dos expectadores, que dançaram com o regionalismo de “Jatemane”.
Aplaudidos com fartura, André e Bruno retribuiram o convite do evento com um show realizado com o coração e com as emoções afloradas por estarem tocando “no quintal de casa” para “vizinhos, amigos e familiares”. Olhares atentos, comentários empolgados, sorrisos diante da atitude ousada do duo em cima do palco e fora dele. Ao redor, impossível contar quantas “mãos ao alto” com aparelhos celulares registravam o momento. A julgar pelas manifestações pós-evento nas redes sociais do duo, dá para traduzir de maneira positiva a postura do público durante a apresentação. E assim foi a estreia do 7 Estrelo no S.E.N.S.A.C.I.O.N.A.L.
Foto: Thyala Serena
Por Aline Viana
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